domingo, 8 de agosto de 2010

Confissão noturna

Deito a cabeça na noite clara, espero que o sono invada minha alma, mas ele não chega. Agito-me, ideias percorrem meu cérebro, palavras voam pela minha enorme massa cinzenta, meu coração arde com fortes palpitações. O que parecia perdido no nebuloso dia, encontrou-me no momento mais importuno de minha solidão. O que fazer então? Devo levantar-me e continuar a escrever meu livro, ou esperar e torcer para que amanhã eu ainda esteja com as ideias perambulando em minha mente? Como qualquer outro escritor inexperiente, ousei a acreditar que as ideias me aguardariam. Mais uma vez ilusão. Não sei com que sonhei, mas com isso eu já estava acostumada, o pior foi não mais saber em que pensava antes mesmo de libertar minha alma naquela madrugada iluminada. Contudo, aprendi. Agora, qualquer tolice que me passa pelas divagações noturnas são devidamente anotadas. E eu não sei até que ponto faço o certo, mas faço. Se o meu sonho é viver da minha própria escrita, temo que cada palavra ou pensamento meu perdido seja a chave de qualquer texto futuro, e isso me dá agonia.

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