sábado, 29 de maio de 2010

Explosões

Definindo o vocábulo explosão de forma conotativa concomitante à denotativa, teríamos algo parecido com: manifestação súbita produzida pelo desenvolvimento repentino de uma força. Contudo, esta pode ser de vários tipos, fazendo com que as explosões sigam a mesma tendência.
A força que repentinamente tomou meu peito é como o fogo, queima, arde, ilumina, cega, é indefinida e não pode ser moldada. Este fogo se alastra como se o ar necessário para sua combustão fosse jorrado de uma especial proferição num sussurro doce, como se somente eu fizesse parte do mundo capaz de ouvi-la.
Todas as explosões, sejam elas de que tipo forem, trazem-nos a sensação de ruptura do antigo, de recomeço - talvez essa sensação esteja relacionada com algo que aprendemos na nossa infância sobre o Big Bang ou vice-versa -, mas também nos trazem a sensação de cautela, medo.
De repente, todas as nossas defesas de um sistema conhecido caem, e entramos no desconhecido com a cara e a coragem, sem proteções, sem armas. A explosão ocorreu! Somos desafiados pela nossa intuição. Caminhando por incertezas intuitivas, acostumamo-nos com o novo percurso, e com o tempo nossos escudos são resgatados. Entretanto, acreditem, quando isso acontecer, a próxima explosão ainda virá e poderá estar mais perto do que imaginamos.

Coletividade conturbada

O agrupamento de indivíduos de uma determinada espécie pode ser definido por uma palavra: coletividade. Os seres humanos são elementos do coletivo mundo. Mas seus pensamentos não evoluíram como o próprio conceito. Não precisamos abranger tal imensidão para mostrar a falta de coletivismo em nosso meio. Diante de problemas municipais ou estaduais de caráter social, vemos soluções tangíveis, porém ações mínimas. As volições individuais vencem as grupais. Nossos olhos percorrem inúmeras situações, às quais nossos cérebros respondem imediatamente com soluções já conhecidas por todos, mas por que são poucas as pessoas que se movem para torná-las reais? Quando defendemos o nosso mundo, os princípios máximos de bem, batemos no peito por orgulho pelo que possuímos, mas quando é o outro lado da moeda que está virado pra cima, o orgulho se esconde, dando lugar à vergonha, cegando-nos para os princípios antes defendidos.
O coletivismo é essencial. Contudo, enquanto não nos conscientizarmos de que somos nós que fazemos parte dele, nenhuma mudança ocorrerá significativamente no mundo. É fácil dizer que a mudança começa por nós, difícil é fazer sua parte acreditando que cada um fará a sua. ou evoluir a ponto de enxergar que se você pensa que a sua ação já pode mudar uma pequena parte, você já estará ajudando, inclusive se outras pessoas pensarem igual a você, ou seguirem seu exemplo, as pequenas partes, aos poucos, somam-se. Entretanto, se desistirmos e acharmos que o que faremos não ajudará em nada, e assim deixarmos de fazer a nossa pequena parte, a corrente simplesmente se quebra, fazendo com que coletividade nunca se recupere do tombo da depressão mundial que se iniciou na Idade Moderna.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Questionamentos insatisfeitos

Saindo da insignificância da própria existência, observando em escala impessoal nossos atos e os de todos que nos cercam, veremos um mundo tendencioso ao equilíbrio. Tantas pessoas, tantos pensamentos, semelhantes ou não, que juntos nos ajudam a construir uma realidade. Mas o que é real? Existimos de fato ou somos apenas partículas em constante movimento nos aproveitando das possibilidades? Como definir o real? As emoções são reais? Até que ponto sabemos se as emoções são criações da própria mente? A mente controla a matéria. Mas quem ou o que constitui a mente? Quem é a nossa consciência? Será nosso cérebro, feito de matéria? Mas se for o cérebro, não seria paradoxal algo sujeito à comprovação da própria realidade supor o que seria a mesma? Ainda assim ele é feito de matéria, o que tornaria a proposição estranhamente inválida, uma vez que a matéria não domina a própria matéria.
Então, o quê ou quem poderia nos dizer o que é real? O quê ou quem observa a suposta realidade que nos rodeia? Quem é a nossa mente, nossa consciência? Será nossa alma? Como provar?
Isso tudo é verdade?

sábado, 15 de maio de 2010

Ansiedade

A mente se perde. A imagem se repete. Tudo é cor, som, ondas, luz, calor, agitação. A ansiedade simplesmente não se explica, sente-se.
Não há concentração, nem divagação, na verdade, existe a falta de comparativos. Tudo se relaciona a um objeto específico recognitivo do eu consciente e subconsciente.
Esperar, nessas horas, é como agir sem sofrer as consequências, é não conseguir mudar a realidade tão breve e não tolerar mais a mesmice que o novo fato explicita. É querer, conhecendo ou não, aventurar-se, ganhar e perder.
Ansiar é pressentir as consequências do que ainda está por vir.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Carta da minha perdição

Talvez nunca passe esse meu sentimento de culpa por não estar com você agora, de não ter tentado mais um pouco, quando sabia que meu amor por você era inesgotável.
A primeira vez que olhei para seus olhos, vi-me, e, neles, acabei me perdendo. Senti que dali em diante o que eu tinha que fazer era simples e claro:
Estar com você e amar-lhe!
O tempo passou, tudo mudou, e eu continuo amando-lhe. Não adianta, não há ninguém mais perfeito. Se me perguntassem hoje em dia se eu faria novamente tudo que fiz, eu diria que sim, com uma diferença, não deixaria você ir embora tão facilmente.
É com esse amor praticamente impossível nos dias atuais, e teoricamente perfeito, e você sabe que ele é, que me sustento.
Desculpe-me expor tudo isso mais uma vez, porém eu não me canso de dizer: Eu amo você com a certeza de que jamais amarei outro alguém da mesma forma. Você é insubstituível.

Eu me rendo, não vivo, eu apelo, grito, mas você não me compreende. E eu morro de dor, saudades, desespero, paixão, morro de amor.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nada

Se a validade de todas as proposições é questionável, acabaremos vivendo no relativismo absoluto. Suficiente para enlouquecer, mas não o bastante para desistir de mergulhar ainda mais à procura de respostas. A cada "verdade" imaginada, proposta, questões surgem, e tudo se relaciona com seu antecedente e descendente. Dependemos das verdades a posteriori, pois acreditar nas proposições analíticas nem sempre basta. É como supor algo antes mesmo de conhecer todos os referenciais, se formos considerar a relatividade.
Embora quase todas, ou todas, as questões a priori na ciência sejam comprovadas, o que levou alguém a chegar até elas? Tudo tem um precedente. Então, quando chegarmos à proposição essencial, se é que conseguiremos chegar, o que estará por trás dela? O nada? Talvez seja por isso que exista o além.

domingo, 9 de maio de 2010

Comunicação

Uma barreira vencida por muitos e um entrave na vida de outros, é a falta de comunicação. Seja por timidez,
 reserva, a falta de comunicação pode trazer danos irreparáveis, destruir amizades e deixar de construir outras. A gente não se dá conta disso, mas a falta de comunicação entre as pessoas acaba gerando um preconceito ilusório. O tempo passa e a gente se remói por ideias acéfalas, criadas pelo nosso consciente com o intuito de disfarçar, subconscientemente, o medo da comunicação. O primeiro passo para promover "começos", mudanças e "fins" é organizar as ideias, e logo em seguida se encontra a habilidade de se expressar e tornar simples palavras em realidade, expondo a verdade. Palavras quando são usadas de forma verdadeira possuem muito valor, mas quando utilizadas com leviandade são facilmente refutáveis.
A comunicação oral é a boca da alma, a maneira mais simples de nos tornarmos humanos, arma poderosa de transformação.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A busca pelo conhecimento puro

Tolice é empossar-se de alguém que nunca lhe mereceu, pior ainda é aceitar a conjugação de posse em qualquer pessoa. Cada um é livre, seja para dizer, ou ouvir o que quer. Tola fui eu, que um dia acreditei que uma palavra dita pudesse ter sido verdade, e ainda alimentei esse sentimento, adiando o inadíável. O que devia ser alterado, permaneceu, e o que nunca poderia mudar, na verdade, nunca mudou, porque nunca tinha sido. Triste é encarar a realidade, esperançoso é ver que com o tempo isso acaba nos fortalecendo.
Sócrates dizia que só poderíamos obter o conhecimento puro quando nossa alma estivesse totalmente livre de nossos corpos, pois estes estão sempre nos impedindo de pensar corretamente. Sendo assim, ou nunca obteríamos o conhecimento puro, ou só o obteríamos após a morte. Enquanto vivermos, poderíamos somente nos aproximar do conhecimento verdadeiro, através da comunhão entre corpo e alma maior que a necessidade, ou pelo não uso do corpo.
É do meu corpo que pretendo me afastar cada vez mais. Preciso encarar a realidade com a alma. Sem desejos, paixões, medos e todos os tipos de ilusões e tolices.
Aproximando-me cada vez mais do conhecimento verdadeiro, quero viver uma vida de paz, uma vida que vale a pena ser vivida.