domingo, 25 de setembro de 2011

Indecisão

Vou começar a escrever um texto;  vou não. Melhor pensar: em quê? Melhor não. Do tempo que corre, resta indecisão, dança de pensamentos, tudo, nada, não. Quem sou eu nesse dia, serei a mesma de amanhã seja qual for a decisão? Sim; não! Quem devo ser agora, para amanhã ser quem quererei? E se amanhã for, será que de ideia até lá já não mudado terei? Instantes criam tempestades ou fazem o sol brilhar. Talvez eu seja extremos que tentam se equilibrar. Se não há exatidão, não pode haver indecisão, tudo é sempre novo, viva a criação.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Encantamento

O encantamento é como as folhas, com o tempo seca, mesmo que não na mesma temporalidade. Ele é a predisposição da paixão, que se instala em um precipício, de onde se decide pular, sofrer, amar, ou não. Quando ele nasce, cresce envolto de esperança, como as folhas de vitalidade, e só o tempo é capaz de secá-lo. Algumas folhas secam mais rápido que outras, tudo depende de como são regadas. Todas as vezes que vejo o encantamento nascer, pergunto-me se devo deixar as folhas morrerem, mas acabo regando-as com a água do meu calor; quem seca sou eu.

domingo, 11 de setembro de 2011

Eu não sei

Confesso que não sei o quê pensar, tenho o mundo para falar, mas em minha receptividade nada se concentra. As prosas poéticas cederam espaço para a solidão; sons diversos invadem minha mente, dispersam o pensamento, tudo quer evitar a criação. Vejo-me escrevendo um grande vazio, pensamentos delineados em vão, linhas de desespero entrelaçadas a minha composição. Rimas pobres, mas tão pobres, que tenho vergonha da minha imaginação. Desespero pelo novo, pelo inexistente, desespero por tentar encontrar o que vive escondido na gente e ninguém sente, ou mente... Confesso que não sei, mas que sempre tentarei escrever, embora saiba que nunca, na verdade, saberei.

domingo, 4 de setembro de 2011

Que seja

Abri o olho e era um dia ensolarado, todas as possibilidades havia de existirem momentos felizes, mas foram tristes. Em algum momento eu certamente sorri ou ri, mas isso não demanda algum tipo de felicidade, é só uma distração que nos faz esquecer o absinto. O que um acesso de raiva pode fazer é realmente drástico, ter a chance de acabar com tudo e não ter coragem de magoar os que nos amam é muita generosidade, mas de certa forma é egoísmo destes, quando, enquanto existimos, somos obrigados a ver o esfacelo que a nossa existência causa, não só à vida dos mesmos, mas a nossa também. Um brinde a esse texto de merda e à vida que não vale a pena ser vivida, afinal, o fim é sempre igual.