segunda-feira, 30 de abril de 2012

Só o tempo

Estou entrando naquele lugar não permitido, onde se caminha sem poder olhar para as pegadas; ondas de calor invadem meu corpo e escorrem pelos olhos, o frio do dia se desfaz; de repente, dou um passo para trás. E o que era frio recupera o lugar, o ódio substitui o amor, mas em segundos este retoma a posição devida, o frio amornece, tudo quente de novo, estamos falando da vida. Por que ouso caminhar por pensamentos que um dia me enlouquecerão? Por que ouso permitir sempre uma nova ilusão? Vão-se os dias, porem ficam os pensamentos, tão pesados que nem podem ser carregados pelo vento; só o tempo, só o tempo.

sábado, 28 de abril de 2012

Saudade

Contorço-me, algo está para nascer. Pensei em sentido, fatalmente lembrei de escrever. Não sei se amacia a carne esse despejar de emoção, ou se faz mais duro o peito, sufocando a respiração. Escrever faz tanto sentido quanto amar, dói tanto quanto se apaixonar, ilude tanto quanto sonhar. O meu amor vaga por aí distante, com todas as possibilidades de ser, e me aflijo se não é comigo, desespero-me se não será comigo; tudo que me resta, além de viver e tentar ao máximo me ausentar, é escrever. E isso, tanto quanto o resto, parece distante, ilusão ofegante que insisto em alimentar. Porque se não for isso, não será eu, e se assim for, não teria motivo de ainda respirar. Então, talvez eu só possa ser o que seja, esse sistema cheio de sangue que insite em pensar, não desiste de amar, e por escrever, vive sempre a suspirar. Contudo, quiçá isso seja a tão querida materialização da sua essência que insisto em querer encontrar... Maldita vilã da solidão essa coisa chamada saudade.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

E aí?

Já é um novo dia. Vagarosamente, permito-me escrever mais uma asneira a ser publicada. Virou diário, sempre foi, ou é tudo uma mentira, um confessionário de verossimilhanças. Está aí o que nunca alguém saberá; especulações são sempre bem vindas, pois repercutem as linhas de sinceridade do além. Mentira para mim, verdade para você, ou será que seria o contrário, ou a junção de dois tipos iguais: tudo mentira ou tudo verdade? O que importa? A mentira é, a verdade também. A mentira é no que não foi para outros, mas no que foi para quem a conta; e, só talvez, a verdade não toma rumos divergentes a este. A verdade é para quem a diz e fim. Verdade e mentira, verossimilhança ou não, você leu isso tudo, e chegou a qual conclusão? 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Rimas estúpidas

Dizem entender a mente criativa, mas ninguém entende; dizem entender quem pensa diferente, mas quem diz mente. Quem escreve se rende, prende e arrepende; faz rimas estúpidas, coisa meio inconsequente, quando quer cuspir com musicalidade a merda que vem de dentro da gente.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O branco em seus olhos

Sou cor, mas sou branco, que é a junção de todas as emoções. Sou silêncio, não marco, discreto, carrego suas vibrações no fundo do peito, não é para ninguém saber das cores que sou feito, apenas sintam o efeito, a tranquilidade nos corações. Sou luz porque esta reflito, mas sou escuridão, aflito, meu eu nunca esteve em uma simples visão; mas você me viu, viu o que reluzo e ainda vê. Então me diz mais uma vez: por que tentar me esquecer? Estou em sua mente, mais que no seu coração, eu sou diferente, igual a qualquer outra vibração, mas não só emoção. Sou a luz que faz seus olhos quentes brilharem, sou seu amor, e só talvez sua paixão. Então, tire os óculos escuros, chega de se proteger das lágrimas que nascem para cair no chão, pois elas podem cair em um jardim, e gerar flores que embelezam uma canção.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O amanhã

Amanhã verei o nascer do sol. Não remoerei o passado entranhado no peito, que corre nas veias e cisma em bombear o coração. Um novo dia amanhã será, mas não porque terá passado de meia noite, porém por mudança de atitude. E o tudo novo acabará sendo igual ao ontem; para se viver no equilíbrio, o desequilíbrio tem que existir, é como o paradoxo vital da vida, a tristeza e a felicidade. Contudo, quando o amanhã acabar e eu deitar a cabeça no travesseiro antes de dormir, pensarei: o nascer do sol é realmente lindo. Talvez essa seja a grande herança da vida: lembranças; o passado. Por que esperar o nascer do sol de amanhã, se ainda podemos aproveitar o pôr do sol? A mellhor forma do futuro é o passado.