domingo, 24 de julho de 2011

É tão engraçado

Sabe, é tão engraçado: o tempo passa, você pode contar os segundos, pode estar parada ou fazendo alguma coisa, mas o tempo passa, e tudo é muito rápido. Minha memória está perdida em algum tempo atrás, pisco os olhos, penso em outra coisa, o presente não me agrada, as dúvidas surgem, nunca sei o que é demais, o que é de menos, o que é esperado, o que é real e o que faz parte apenas da minha imaginação. Talvez eu esteja nessa viagem sozinha, talvez eu queira estar, mas assim provavelmente não quereria se a viagem não fosse apenas pelo mundo da fantasia. Eu queria ter certeza, mas a dúvida é bem mais esperançosa. Sabe, é tão engraçado: eu nunca vou saber o que quero saber, nem tenho coragem de perguntar, mesmo que essa dúvida perturbe minha mente complexada todos os dias. E o tempo simplesmente passa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Até logo!

Ondas de calor invadem meu corpo, rios de água quente e fria escorrem por entre olhos, boca, nariz... Estás ao meu lado, e ao mesmo tempo que sinto tua partida, tudo parece tão igual, um dia como tantos outros... Não choro a distância, mas sorrio a tua presença neste momento e no futuro não tão distante, pois sabemos que retornarás, temos tanta certeza, que mesmo que esse não seja o plano agora, acontecerá de tantos pensamentos semelhantes para que isso ocorra. Não é justo chegar e tão cedo partir. Ainda é dia e turvo é o adeus. Até logo!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Memória desdobrada

Em alguma tarde perdida de julho, por entre a poeira do meu ámario, encontrei um sorriso amarelado pela saudade e um brilho que cega quem encara teu olhar diretamente. No desdobrar da memória, esse sorriso ainda me encanta; no desgaste das lembranças, a admiração que ainda sinto ao ler estes versos me espanta:

"Sento-me aqui a te esperar. Ver-te é a iluminação de uma noite sem luar... Rosas se abrem, passarinhos emudecem, girassóis se viram para ver-te passar. Não é poesia, é só um momento; o momento de eu te admirar."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Saudade

Saudade é futuro e passado, nunca foi presente. É ausência de alguém, de um bem, de algo que transformou a gente. Com a semente da amizade não é justo o chegar e partir rapidamente, queria brotar, ser árvore, crescer exponencialmente, e no balanço do vento que sopra de lá, sentir teu abraço em suas folhas. Contudo, não é mais tua presença que a regará, mas a saudade que espremerá minhas lembranças e delas sairão choro e riso. Chorarei tua ausência e rirei tua presença passada. Foi incrivelmente bom te conhecer.

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Arte abstrata

Pensa comigo que eu pensei contigo que arte abstrata também por palavras se faz. Mas o colorido não vem do pincel que esmaga a tinta e reproduz cheiros fenomenais: lembranças que inspiramos colorem a mente que recepta as formas que o grafite traz. Pequenas, grandes, rimosas, são apenas palavras que se distraem, e seguindo caminhos distintos encontram-se em lágrimas, sorrisos, pensamentos que do coração extraem. E já sem ar, com o lápis na mão, o escritor não quer mais fazer adoração, quer ele se esgotar no mar da imaginação, afogando-se entre letras; letras que, um dia, eternizá-lo-ão.