sábado, 30 de junho de 2012

Festa

Sentimentos intensos contrastados em um peito; da profunda tristeza arranca-se uma felicidade pura, e eu sei o motivo. Sei porque olho para o céu iluminado de estrelas e vejo o crescente sorriso da lua em noites frias, de repente sinto-me aquecida. E quando bate o vento lento, brisa leve, tento encontrar seus olhos no castanho claro do brilho da lua refletido em nuvens dançantes; por um momento sinto você ali comigo, escapa-me um sorriso, acho que me encantei...

domingo, 24 de junho de 2012

Acabou

Em crítica velada, venho fazer certa revelação: ou com o tempo tudo passa, ou minha mente vive em pura contradição. O que era se desfez, um mito apagou-se com a facilidade de não conseguir dizer não. Pode ser forte, fraca, mas verdade quando já não é não pode ter outro nome senão ilusão. Espantada fico com a frieza do sentir, por um momento tão profundo, noutro, qualquer coisa que se vê por aí. Acho confusa ser, mas acho qualquer coisa também, hoje é isso, "amanhã ninguém sabe", e a bossa nova invade. No fim, tanto fará o que se foi ou que ainda virá.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Qualquer dia

Ao encostar a cabeça no travesseiro, chorei não querer jamais mover um dedo, mas o tempo não queria que fosse assim, pois até ele gostaria que todos soubessem que me satisfazia o fim. Quando o sentir já se torna mecanizado e o único sonho brilha apagado, não mais sentido faz todas essas inversões mal feitas para tentar disfarçar o que meus olhos agoniados tentam sempre dizer: eu já vivi o suficiente. É de uma injustiça enorme, com aqueles que nos amam, ir embora antes do tempo; e talvez a única coisa que ainda me mova é ver essa gente feliz, é sentir ainda a alegria, sentir que a pureza é a pulcritude da vida. E é esta que respira por mim; não sei mais inspirar.

domingo, 3 de junho de 2012

Tenho medo

São tantas pessoas, tantos manuscritos, por qual motivo do destino, ou não, seria o meu escolhido por quem lê? É tudo tanto, e tanto tão pouco na vida; talvez tudo acabe em medo, ferida, desejo. Pois tenho medo de que minha sensibilidade parta, que meus pelos não mais se arrepiem, e meus olhos não mais se encham de lágrimas ao ouvir falar de amor. Não quero que a vida prática carregue minha sensiblidade de forma irreversível e que todo meu viver se encha apenas de conhecimento; para que o quereria na ausência de sentimento? Preciso não me esquecer do verdadeiro valor da vida. Não tenho medo de viver, tenho medo de nunca mais sentir o que o vento tem para me dizer.