sábado, 31 de julho de 2010

A falta de você

A falta de você
Fez-me deveras esquecer
Seu doce encanto

O gosto dos seus gestos
Seu balançar palpitante
A suavidade de seus olhos
Seu ofegar errante
O brilho da sua boca
Aromas estonteantes
Pensamentos profundos
Mente exalante
Trazem suas veias

A falta de você
Fez-me deveras entender
O valor do recanto

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ficção

Não sinto fome, não sinto sono com um lápis e um papel na mão. Pena só sinto por não viver na minha ficção. Laços bem feitos, poetas eleitos, verdadeiros cidadãos. Amor, amor, paixão. Nenhuma negação. Somente poesia, total maestria de ódio e perdão. Tecem fios de ouro, acolhidos pelo coro, alfaiates por questão. Lindas donzelas, praças amarelas, brilho de girassol. Cai o dia, amanhece a noite. Amor, amor, paixão. Põe-se o sol; clareia a escuridão.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não é inferioridade

Não é questão de inferioridade, é de perfeição. As pessoas se contentam com tão pouco e fazem da sua pobreza o máximo. Agem como se o correspondente se satisfizesse com tamanha falta de perspectiva. Mas quando não é essa a realidade, afugentam-se como se a grandeza não fosse do conhecimento delas. Como admirar pessoas assim? Como amá-las? Talvez faltem pessoas para serem amadas por quem realmente conhece a magnificência desse sentimento. Sorte daquelas que já encontraram essas pessoas, azar das que não foram interpretadas dessa forma, assim achando que não eram o suficiente para alguns tão menos suficientes que elas próprias. Não é questão de inferioridade, é questão de ilusão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Andei sonhando

Andei sonhando que a vida era simples e todos os amores eram reais. Quando sento para escrever, sinto-me envergonhada pelas divagações vivenciais tão obsoletas... Acreditar na perfeição de alguém é mais fácil do que crer na própria. Sou feita de sentimentos, talvez em demasia. Já preferi acreditar que minha mentira era uma verdade a encarar a própria. Com isso, enganei-me mais que a todos. Procurei em alguém tão imperfeito e ínfimo a pureza do amor. Encontrei ilusão. Enxerguei em alguém características tão magníficas, que pareciam irreais. E eram. Contudo, hoje vejo o erro que cometi. Simplesmente peguei tudo de bom que alguém já havia me dado e depositei em um ser que não merecia. E isso me rendeu muito. Descobri o que é a solidão, o arrependimento e o medo. Achei que conhecia a solidão, até encará-la de verdade. Esta pode ser cruel a ponto de não desejarmos mais existir. Existem vários tipos de arrependimento, mas eu sei que o que sinto agora é o pior de todos, pois me traí e traí quem me ama verdadeiramente. Meu medo é não conseguir consertar o trilho da vida. Talvez eu consiga, talvez não. Talvez morra só, talvez não. Talvez alguém entenda o que hoje escrevo, talvez não. Aprendi muita coisa com as pessoas que realmente se importaram, ou se importam. Algumas coisas, que antes eu era ignorante demais para perceber, vêm clareando minha mente em relação à vida e ao que realmente eu quero. As pessoas desapontam-me a cada amanhecer. Minhas habilidades se perdem em cada entardecer. E ao anoitecer, tudo que posso fazer é deitar minha cabeça no travesseiro e pensar como tudo ainda pode melhorar.
Ou não.