domingo, 13 de maio de 2012

Sombra

Está calor, mas não o sinto pela pele, respiro-o. Sinto ondas calorosas invadirem meu corpo na brisa fria, algo me diz alguma coisa, tudo me diz o nada. Deixei o sofá em que estava e me acomodei rapidamente atrás de uma poltrona de couro. As luzes estavam acesas, mas ali havia sombra. Sombra; era disso que precisava. Não sei se era porque não via mais o vértice da parede que caia sobre mim em cor de céu, ou se porque parei de pensar na vida. Estava frio agora, tudo parecia incerto, é a noite, é a intensidade. Dormi naquela sombra, pois lá me senti segura; dormi de cansaço, criei um lago naquela noite que nada havia de escura. Eu via tudo, eu vi o meu caminho, mas naquela sombra simplesmente esqueci de existir, adormeci.

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