sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pela manhã

Sem espaço pelo rumo e no tempo desajeitado, contrastado com as ações, o desejo do teu beijo não sai da cabeça. Estás sempre tão perto, mas tão longe, que te ver é quase o suficiente. Mentira! Ver-te é como anestesiar-me da realidade: quando estás triste, meu dia é nebuloso, porque não gosto de te ver assim; quando sorris, quando estás feliz, posso sentir que o mundo ainda tem chance. E, ah, quando eu te beijo... Quando te beijo sinto que nada falta, quando te abraço sinto-me tão confortável, tão completa, que nunca mais largaria. Meu termo é meio exagerado mesmo, mas assim protejo-me... Acordei e tu não estavas mais aqui, a ideia de um chocolate quente naquela manhã causava-me repulsão. Fui até a varanda e sentei-me para distrair a mente da cena vazia, mas eis que tu não havia saído há muito tempo: avistei a ti em passos rápidos e curtos saindo do apartamento em direção à tua casa. Um furacão passou em minha mente: vou atrás ou fico aqui? Por que sair assim? No que tu pensas? ... Mesmo sem escolhas, decidi não ir atrás de ti. Na verdade, esperava que a lágrima que escorria em minha face escorresse também na tua, mas tu não caminhavas em minha direção. Triste manhã de uma noite feliz ou noite feliz de uma triste manhã. Aproveitei o momento, mas esperava que ele nunca acabasse, ou se repercurtisse no tempo. Eu sei o que temes.

3 comentários:

Roberta Migueis disse...

Adorei. Não sei porque, quando li me veio à cabeça a "Canção pra não voltar", d'A Banda Mais Bonita da Cidade. (http://letras.terra.com.br/a-banda-mais-bonita-da-cidade/1878991/)

beeijo!

Anônimo disse...

Seria um enredo de um livro? A vida contém o romance ou o romance contém a vida?

LAO disse...

O romance certamente contém a vida quando a vida contém o romance...rs

Longe do enredo de um livro por enqt. rs