quinta-feira, 30 de junho de 2011

Adeus

Eu sempre acreditei no amor, o problema é que sempre acreditei no amor que eu conheço; porcaria subjetiva. Meu amor por você é tão intenso que não são marcas que habitam meu coração, mas buracos, estes tão profundos, que nem sempre o sangue circula bem pelo meu corpo; falta ar. Não sei bem onde mais há buracos, acho que em minha mente, pensar direito não consigo quando é sua imagem que vem a minha cabeça. Eu te amo tanto que poderia começar tudo de novo, te amo tanto que à noite, ao teu lado, o sol nasce para demonstrar a tua iluminação em minha suposta vida, te amo tanto que sem você não existe vida, eu me acostumei com alguma coisa, dei razão de existência a minha tristeza, e a única atividade é escrever minha própria solidão. Porque mesmo com todos os corações do mundo eu estaria só: nunca mais recuperarei o seu. E eu sempre acreditei no amor; porcaria subjetiva. Enfim, adeus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da parte que diz que seu amor "são buracos no coração" .

Entre o cheio e o vazio me lembrei de uma coisa que escrevi um dia, que talvez caiba:

"É estranho o quanto me preenches
mesmo tua ausência
se faz presente em cada parte
Minha cabeça de ti anda cheia
e até meu estômago parece alimentado
pela dor de te perder
O vazio estufa o meu peito
e tem exatamente o tamanho que ocupavas
Sinto chutar no meu ventre
o filho que tu jamais me deste
e meus ouvidos ouvem declarações de amor
que minha mente suga da tua boca
E toda noite sinto a cama afundar
dois segundos após eu deitar
e deixo a ponta do travesseiro livre
e o lençol também faço sobrar
comento o filme da TV
com aquela cena típica de que gostas
E penso que sou louca
Mais que por ti
de inventar tanta coisa
que entre nós jamais houvera."