sábado, 5 de junho de 2010

Corrida do futuro

Soube que andei correndo por aí. Caminhar já não valia mais a pena, pensamentos consumiam-me. Música alta, cegueira mental. Não digo que errei, mas que em algum momento perdi a razão. O que controla a mente? Do que fujo? Por que insisto? Não lembrei. Eu quis chegar a algum lugar, qual? De repente o destino não me importava, só mais uma vez queria ter percorrido o caminho que tracei embaraçosamente. Queria limpá-lo, construir uma ponte de diamantes. Caí na loucura de acreditar que o passado é imutável. Contudo, se tudo se tranforma, o futuro, de alguma forma, é o passado reinventado no presente. E, por isso corro, corria, correrei, quero chegar no futuro rapidamente. Sei que a cada minuto que virá, reinventarei o passado de dois minutos atrás. E neste momento, perderei a noção de tempo, inventada pelo homem, que faz-me automática diante dos dias. Não quero prender-me ao tempo, à rotina, à insipidez. E, devagar, tento reconstruir meu passado, mudando meu futuro, agindo no presente. Embora tenha tropeçado, quando eu levantar, correrei mais rápido.

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