domingo, 27 de junho de 2010

Efêmera

Vivo em constantes recaídas que contrastadas com momentos felizes, fazem-me essa via de mão dupla. Não sei até que ponto a razão está ao meu lado, só sei que me enjoo do presente rapidamente, e do futuro mais ainda. Tudo que muda, em um passo, torna-se rotina. Sinto-me poderosa e fraca, visionária e sem perspectivas, amada e esquecida. Tudo que bate, passa, ideias voam, amores correm, mas uma coisa sempre fica: tristeza. Sorrisos falsos da felicidade encantam-me, e eu mais uma vez me perdi. Perco-me tanto, que a luz foge da minha alma por alguns instantes. E enquanto tais feixes luminosos não me seduzem novamente, sinto que minha perdição nunca me libertará, e que dela morrerei em loucura. Mas a luz por fim alcança-me, é um sentimento otimista, afinal, toda minha escuridão é uma parte, é a minha fraqueza. Ainda não aprendi a separar o lado espiritual do carnal da vida, creio que o mundo não tenha conseguido até hoje, contáveis são aqueles que o fizeram. E é isto, que ao meu ver, diferencia os homens. O pêndulo emocional não me abandona. A depressão talvez atinja-me um dia de forma que eu não suporte, mas quando eu chegar ao fundo do poço pela milésima vez, verei que é só uma questão de visão. Eu sou assim, minha intensidade torna-me efêmera. E a efemeridade é gozo para minha escrita.

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