sábado, 19 de junho de 2010

Inspiração

Perdi naquele momento, a sensação ousada, o sentimento errado, a inspiração momentânea. Dormi e acordei bem, sem me preocupar com o que na noite passada me fazia mal, e o que na noite que chega provavelmente também me fará. Medo da vida que segue, dos desafios, dos novos caminhos. Ousar é isso, é sentir medo, é se alegrar com o novo e não se limitar com o velho.  Desespero-me, pois vejo mudanças. Eu mudei, mas todos que mudavam junto a mim não se utilizavam de um movimento uniforme. Eu sim. Não possuía aceleração, só podia contar com o tempo. A forma como as coisas me atingem talvez não seja como os atingem. Mas eu acordei. E isso não me incomoda mais. O que me incomoda é que eu tinha uma prosa, e agora tenho parte dela, um texto finito de meras palavras sem inspiração. Para onde ela foi? Não sei, mas espero que chegue com a noite que devagar caminha, para alcançar-me junto a tudo de errado, o que eu não poderia jamais sentir.

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