terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ó, divina ética!

Talvez seja só vontade, mas de deixar esse mundo cruel de uma vez construo o meu sonho. Que fique difícil para os ignorantes que tentam decifrar de forma a retorcer a belíssima prosa, nada poética, leiam; sim, algo de diferente entre palavras de um eu, algo de inconsciente raivoso que penetra subitamente, mas vai. Vai porque não me assemelho aos que nada são, pois nada menos fui. São os que se acham ser - vil ilusão, que acham ser o que não são, acreditam ser o que nunca serão, estagnarão, para sempre, flutuarão. Ruínas de solidão é o destino dos que semeiam a vida em chãos de areia... A   r   e   i   a.... Tudo tão passageiro, tudo tão não mais, tudo tão sendo, o tudo que nada menos é. Nada é para os que não são, contudo eu, eu sou menos que o nada. E o menos que o nada, mais uma vez, é o tudo. E só o tempo, que carrega o vento pesadamente pelas costas, sabe qual areia se moverá lentamente a empoeirar levemente o chão de mármore que cismo em pisar, mesmo querendo cair, tenho o que sempre sustenta-lo-á: ética.


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