quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cubro-me

Trabalho no ardor da saudade que diversas tive, da dor que se esconde debaixo da coberta antes de dormir. Se na noite desnudo-me, cubro-me para que não vejam o que a boca sorridente chora ou quantas vezes minh'alma sorri. Quando de manhã afasto-me do leito, tenho receio: será que descobrirão meu segredo? Minha loucura acharão entranhada em algodão que esquenta? Visto-me, porém não escondo dor, esta deixei na cama, pois é quando, à noite, ponho minha cabeça no travesseiro, e tenho tempo para pensar no que eu estou fazendo, que vejo o quanto meu coração está apertado ou minha mente conturbada. Sempre que acordo, enxergo manhãs cheias de possibilidades, mas assim que a alma lembra que deve voltar para o meu corpo, o dia se resume à solidão. 

2 comentários:

Anônimo disse...

(f)

Mariana das Neves disse...

Pequeno, profundo e verdadeiro. Que belo texto! :)
Também posso concordar com ele, de uma certa forma. O dia pode ser maravilhoso, mas sempre haverá a hora da tristeza retornar a mim.