domingo, 29 de janeiro de 2012

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Olhei para o céu à procura de estrelas, sentindo a dor que Pessoa não sentia, pensando em que dizia Chico. Encontrei nuvens, não astros, apenas folhas, que com o vento bailavam, quiçá dor e cheiro. O cheiro não era teu, mas a dor era saudade, porém de quê? Do que ainda não foi, do que será por mim, mas que por ti nada sei. Rumo à certeza, mas perco a segurança no caminho, a ilusão encontrou-me, escondi-me, confesso, contudo, deixei-me à visão também. A verdade é que da ilusão não temo, mas do que poderia ser sem ter como o sustentar; medo é o nome que esperava chegar, mas este nunca quererei enfrentar, embora viva ao seu lado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mensagem de Rubem Alves:
"A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.
O medo não é uma perturbação psicológica. Ele é parte da nossa própria alma. O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida, a encontrará.“ Viver a vida, aceitando o risco da morte: isso tem o nome de coragem. Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo".

LAO disse...

Gostei! Salve Rubem Alves e Anônimo! rsrs :)